Tempos terríveis de barbarismo incrível aconteceram na escalada do homem. O homem era apenas um caçador de animais e de homens da sua mesma espécie, matando o semelhante e dele se repastando, com cenas assombrosas de canibalismo. Difícil conceber hoje que aquelas criaturas tratava-se de seres humanos. Contudo, não é impróprio considerarmos que aqueles seres observavam sua mesma espécie simplesmente como animais opositores, disponíveis para ser devorados após uma cena brutal.
De forma semelhante, mas guardando as devidas proporções, os seres humanos atuais fazem o mesmo com os animais inferiores, com a vantagem de poder abatê-los sem risco de perder a vida, ao contrário de seus antepassados distantes. E o fazem com satisfação redobrada em razão de poder cozê-los em modernas churrasqueiras para privilégio do farto banquete familiar.
Portanto, comparativamente, não há que se ter espanto demasiado com a situação relatada, considerando o NÍVEL MENTAL estagiado pelo homem dos tempos pré-históricos.
Entretanto, somos compelidos a aduzir que esta época atual também passará, assim como passou aquela. Os tempos atuais serão lembrados pelo homem do porvir como sendo de grande barbárie do gênero humano para com os animais. É certo que aqueles que hão de vir considerarão um crime matar qualquer animal. Compreenderão que os animais são efetivamente os irmãos menores da humanidade. Compreenderão que a espécie humana também passou, há milhões de anos, pelo mesmo estágio de evolução que eles possuem na atualidade. Os que hão de vir estarão conscientes de seu passado milenar e eliminarão de vez a matança de animais, pois considerarão por essa alimentação não só desnecessária e impiedosa, mas prejudicial ao organismo humano.
= Do livro Colônia Capella: A Outra Face de Adão =
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